Escolhas, muralhas e Covardias

O frio entra pela janela. Traz consigo uma gota fria. Que toca minha face.

Já faz algum tempo que estou só. Vivendo sozinho dia após dia. Não acho ruim essa vida. Afinal, fui eu que a escolhi.

Tantas desgraças aconteceram comigo, que talvez, fosse inevitável terminar assim.

Terminei construindo uma muralha em torno de mim mesmo. Para que os outros não possam me alcançar.

Pela primeira vez, amaldiçoei minha própria muralha. Pela primeira vez, realmente quis ter amado! Quis fazer e sorrir, e ter sorrido!

Talvez ainda haja tempo.

Talvez não haja.

Amaldiçoei aquilo que por tanto tempo me protegeu.

Amaldiçoei causar dor em alguém...

Mais que isso, Alguém que não merecia...

Prefiro ser vítima a ser algoz...

Gostaria de ter sofrido muito mais,

Ter continuado a ser quem era,

Para que essa pessoa, não fosse ferida,

Não por mim.

Covarde. É isso que penso de mim.

Esqueci do que é amar e se apaixonar.

Apenas, para não me machucar.

Escondi-me em minha covardia,

Minha covardia chamei de força.

Chamei minha força de liberdade,

Ser livre sem pertencer a nada e a ninguém,

Por isso a fiz triste,

Por isso amaldiçoei a mim.

Mas não desistirei, seguirei em frente, com a sua ferida em meu coração! Sempre que me esconder de novo, lembrarei de ti, do mal que te fiz. Algum dia quem sabe, minha covardia não caia. um dia quem sabe, nossas feridas não sarem. Talvez, possamos nos abraçar de novo.

Aí sim, te merecerei, poderei encher meus pulmões e dizer com vontade: "EU TE AMO!"

Enquanto isso, só consigo dizer uma palavra, "Perdão!"