Quem?

-A pessoa que eu mais amo nesse mundo? - É estranho alguém perguntar algo assim... Ankuro estava intrigado com o motivo da pergunta.

-Isso! - Respondeu uma das crianças.

-Isso é fácil. Minha filha! - Ankuro respondeu sorrindo.

As crianças olharam para ele surpresas.

-Você tem uma filha? - Perguntou uma das mães.

-Tenho, mas ela não tem meu sangue... Eu a conheci durante uma de minhas viagens. Era uma bela criança, mas ela tinha olhos tristes para uma criança.

Olhá-lo falar de sua filha era interessante. A impressão que ele passava ao falar de sua filha era de alguém bobo, seus olhos brilhavam como os de uma criança ao ganhar seu presente mais cobiçado.

-Quando nos conhecemos, ela deveria estar passando por problemas, nunca consegui conversar direito com ela sobre isso, mas... aos poucos ela foi confiando em mim. Não sei se ela sente por mim o mesmo que sinto por ela, mas isso não me é importante. Vê-la sorrir sim...

-Como ela é? - Perguntou outra criança, dessa vez uma menina.

-Ela é uma Pentelha! - Respondeu sorrindo.

As crianças gargalharam do que ele disse.

-Eu gosto de ficar quieto de vez em quando... aívem aquela coisinha miúda e sorridente pertubar. - O olhar dele demonstrava saudade. - Ela se diverte às minhas custas.

-Ela não tem medo de você? - Perguntou um menino escondido ao fundo.

-Você tem? - Ankuro sorria enquanto fazia essa pergunta.

O menino encarou-o, não por muito tempo, e este balançou a cabeça confirmando.

-Pôxa! Sou tão feio assim? - Esperava tirar pelo menos um sorriso daquela criança. Foi um meio tímido, mas ainda assim, foi um sorriso.

-Acho que sim! São poucas as pessoas que me conhecem e não me temem.

-Você tem alguma lembrança dela?

Ankuro aponta para a própria orelha.

-Você tem alguma lembrança dela? - Perguntou a criança um pouco mais alto.

-Meu brinco. Foi ela quem me deu. - Dizia ele enquanto fazia uma cara de quem lembrava de algo desagradável. - Ela disse que o meu anterior era muito Gay.

As crianças riram de novo.

-Vou descansar agora crianças. Tenham uma boa noite!

Levantou-se, deua as costas para o fogo e começou a andar. Antes que desse três passos uma criança perguntou:

-Por que você não está com sua filha? - Era a mesma criança tímida que dissera ter medo dele.

Ele sorriu, mas apenas para si mesmo. Ainda de costas respondeu:

-Quando ela está comigo, eu busco protegê-la de qualquer sofrimento. Como ela vai crescer, se continuar debaixo de minhas asas?